5. A tecnologia dos sistemas de colheita de água de chuva é conhecida, mas "o que mais precisamos é de uma aceitação geral dessas tecnologias e vontade política de por em prática estes sistemas".

A maior parte das pesquisas no Nordeste do Brasil, especialmente no tocante à colheita de água de chuva para agricultura, foi feita pela EMBRAPA - Semi-Árido, a antiga CPATSA (Centro de Pesquisas Agropecuárias do Tópico Semi-Árido). Mas as experiências mesmo foram difundidas por um movimento da população rural que compreendeu as possibilidades disponíveis no clima semi-árido e que sabia como fazer as adaptações necessárias.

Plantas que captam a água da chuva, como os cactos ou o umbuzeiro, que retém a água da chuva nas raízes-batatas (Fig.11), são o melhor exemplo de plantas para pessoas como pode-se viver em uma região semi-árida. Seguindo o exemplo da natureza, a população rural começou a construir cisternas e implantou barragens subterrâneas em suaves declives perto dos povoados.

As mulheres tiveram e tem um papel importante neste processo: são elas que sempre tiveram que providenciar e manejar a água para uso doméstico. São elas que buscam água em pontos distantes ou tem que molhar a horta. Por isso elas querem e precisam ser incluídas em tudo que diz respeito à melhora no fornecimento de água. A nível local, as mulheres cuidam do manejo da água, elas são responsáveis pela sua coleta e distribuição (Fig 12).

Hoje em dia, sindicatos e ONGs tem um papel importante na organização, na execução e no financiamento de projetos de colheita de água de chuva. Por todas as regiões semi-áridas do Brasil, estes trabalhadores e suas organizações estão tentando convencer políticos a nível local e estadual da possibilidade de um desenvolvimento sustentável para a região, fazendo desnecessário a implantação de grandes projetos de irrigação a partir de rios e águas subterrâneas.



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