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Representantes do Submédio São Francisco visitam experiência de revitalização popular de microbacia em Minas Gerais

Representantes do Submédio São Francisco visitam experiência de revitalização popular de  microbacia em Minas Gerais

Um grupo formado por agricultores/as, técnicos e estudantes de comunidades rurais dos municípios de Juazeiro, Curaçá, Casa Nova, Uauá, Morro do Chapéu, no interior da Bahia, conheceram o programa de Revitalização do Rio dos Cochos, em Januária, Minas Gerais. O Intercâmbio aconteceu no dia 15, na comunidade de Sambaíba, onde há uma das nascentes do rio.

A iniciativa de revitalização popular nasceu da organização das comunidades rurais de Januária e Cônego Marinho. Há treze anos as comunidades de Cabeceira dos Cochos, Sumidouro, Sambaíba, Mamede, Roda d’água e São Bento vem lutando para preservar e recuperar o Rio dos Cochos, após observarem a diminuição do volume de água do rio, devido ao desmatamento da mata ciliar, uso do sistema de pivô central na irrigação, assoreamento do rio entre outras intervenções humanas.

Após mobilização, atividades de conscientização das famílias a respeito da revitalização do rio, a construção de um diagnóstico estudo da situação do rio realizado pelas comunidades da Sub Bacia em parceria com a Emater, as associações comunitárias da sub-bacia do Rio dos Cochos se organizaram e criaram a Associação dos Usuários da Sub Bacia do Rio dos Cochos – Assusbac, com a finalidade de reunir e fortalecer as associações comunitárias da região e contribuir na execução e elaboração de novas propostas de recuperação do rio. De acordo com o atual secretário da associação, Jacy Borges de Souza, o programa foi iniciado com envolvimento de apenas cinco famílias da região e após diversas ações de mobilização, entre elas a cavalgada ecológica, que hoje é tradição em Januária, mais pessoas da comunidade se envolveram com o programa de revitalização do rio dos Cochos.

A partir da iniciativa da comunidade, com apoio da Cáritas Diocesana de Januária, em 2001, o Programa de Revitalização do Rio dos Chocos, começou a desenvolver algumas ações, entre elas: palestras, seminários; construção de diversas barraginhas ao longo das estradas, que visa à retenção da enxurrada ajudando na infiltração da água para o lençol freático, além de evitar assoreamento do rio; construção de passagens molhadas; cercamento da mata ciliar e proteção e recuperação de nascentes. A comunidade também foi estimulada a desenvolver atividades econômicas pautadas na sustentabilidade, como a apicultura, extrativismo e beneficiamento das frutas típicas da região.

De acordo com Jacy, o programa trabalha na “perspectiva da revitalização ambiental considerando todo o conjunto, não só a questão propriamente do meio ambiente, da terra, água... mas de todo o contexto cultural, de formação, de conscientização e formação política que a gente vem construindo durante todo esse período de programa”. Ele registra que trata-se da “perspectiva de revitalização para o futuro e não uma ação pontual e imediata”. O processo pedagógico participativo e gestão compartilhada do programa são destacados pelos participantes, o que contribui no maior envolvimento das comunidades no cuidado com o meio ambiente. Como bons resultados do programa, Jacy pontua a revitalização de alguns trechos do rio que secava todo ano e hoje demora um pouco mais a secar, o reflorestamento da mata ciliar, e conscientização das comunidades.

André Rocha, colaborador do Irpaa, menciona como contribuição do intercâmbio a possibilidade de conhecer a “luta do povo do médio e alto São Francisco para assegurar a vida das nascentes que ainda brotam e a luta para resgatar, para revitalizar nascentes que já vinha parado inclusive de jorrar”, diz André. Ele ainda pontua que algumas das ações desenvolvidas no programa de revitalização do Rio dos Cochos podem ser realizadas nas comunidades situadas no Submédio São Francisco, a exemplo das intervenções realizadas nas estradas, para evitar que a terra seja carregada para dentro do rio. A agricultora Conceição Castro Santos, da comunidade de Riacho Grande, em Casa Nova - BA destaca a união e o envolvimento da comunidade na luta pela preservação do rio e diz que é esse sentimento que ela quer levar e despertar na sua comunidade.

Durante a visita à experiência de revitalização, Jacy também expõe os desafios em desenvolver o programa, que é sensibilizar o poder público, seja municipal, estadual ou federal, para contribuir na efetivação das leis que garantem a preservação ambiental. Além disso, é notória a ausência de contribuição do poder municipal na manutenção correta das ações desenvolvidas ao longo do programa. Outro desafio, segundo Jacy, é buscar novas parcerias para ampliar essas ações e manter toda a comunidade sensibilizada da importância da preservação do Rio dos Cochos, que é um dos afluentes do Rio São Francisco, situado numa região de transição da caatinga com o cerrado.

Texto e Foto: Comunicação Irpaa

 

 

 

 


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