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Comer é um ato político

Comer é um ato político

Sertaneja desde sempre, mãe, cozinheira e praticante da agricultura familiar, Francisca de Souza, a Sielda, como é carinhosamente conhecida, produz parte do próprio alimento há mais de seis anos. Graças ao respeito que tem com a terra, consegue respeitar também o seu corpo e forma como o alimento é produzido. “Eu faço por gostar, e faço por amor”, conta com um sorriso no rosto enquanto corta verduras e legumes orgânicos que servirão de base para o almoço do Centro de Formação Dom José Rodrigues. Sielda faz parte de uma realidade de sujeitos que têm promovido a discussão, mesmo que involuntariamente, sobre a alimentação como ato político.

Ter uma alimentação saudável e livre nos dias atuais se tornou uma necessidade e um grande desafio. À medida que os latifúndios, a monocultura e o agronegócio avançam, cresce exponencialmente a utilização de agrotóxicos. Segundo dados apresentados pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva, a população brasileira consome, por ano, o equivalente a sete litros de agrotóxicos, ou seja, aproximadamente um terço dos alimentos consumidos pelos brasileiros está contaminado. Hoje, o Brasil só perde para os Estados Unidos na utilização de venenos nas plantações.

Diante desta conjuntura, o debate sobre uma produção alimentícia consciente social e politicamente tornou-se necessária, seja nas organizações não governamentais, nos movimentos sociais, nas escolas, universidade ou em casa. Para Josivaldo Martins, colaborador do Eixo de Terra do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (Irpaa), a falta de informações sobre a importância de uma alimentação saudável precariza ainda mais a qualidade de vida da população. Ele acredita que atualmente as pessoas não estão se preocupando com o tipo de alimento que estão consumindo por que existe um grande número de produtos industrializados que parecem ser mais práticos. “Ainda há um preconceito com alimentos saudáveis. Hoje, com a crescente produção de alimentos prontos e a força da mídia em cima deles, é mais prático pegar um produto na prateleira do supermercado e consumi-lo sem ao menos saber a origem, do que questionar como foi produzido”, afirmou.

A realidade assusta. Mas são histórias como a de Sielda e de tantas outras mulheres, agricultoras, mães, cozinheiras que nos fazem ter a certeza de que com muita luta e determinação podemos avançar na discussão sobre o consumo de alimentos sem veneno produzidos pela agricultura familiar.

Texto: Danilo Souza, André Amorim e Anette Maria Bento

Edição: Comunicação Irpaa
Foto: André Amorim


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