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Fortalecer a produção e garantir segurança alimentar para as famílias do Semiárido são metas de nova etapa do P1+2

Fortalecer a produção e garantir segurança alimentar para as famílias do Semiárido são metas de nova etapa do P1+2

De acordo com informações do Censo Agropecuário de 2006, a agricultura familiar compõe a base econômica de 90% dos municípios brasileiros com até 20 mil habitantes. A pesquisa também revela que de 10 postos de trabalho no meio rural, sete são de agricultores familiares. E este mesmo modo de produção que é responsável por garantir a segurança alimentar e a erradicação da fome em grande parte dos municípios do país. Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), no Brasil, 70% dos alimentos que chegam à mesa da população são produzidos pela agricultura familiar.

Pensando nas características que constituem esta atividade econômica, o P1+2 inova e neste termo de parceria entre a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), traz o componente da produção agroecológica para dentro do Programa e além da implantação das tecnologias de captação e armazenamento de água e dos processos de mobilização social e formação, oferta às famílias assistência técnica.

Sobre a relevância desta inciativa, o assessor de coordenação do P1+2, Claudio Ribeiro, explica o que representa este novo momento do Programa. “Primeiramente, é bom dizer a importância dessa ação na integração de políticas públicas: água, fomento [recurso que é utilizado na aquisição de infraestrutura para ao agroecossistema familiar] e Ater [Assistência Técnica e Extensão Rural]. A segunda questão é que dará a possibilidade do P1+2 se qualificar ainda mais com relação ao planejamento das famílias para a produção de alimentos, a partir do diagnóstico da propriedade e a elaboração de um projeto produtivo, com a possibilidade de a família ter opções para potencializar essa produção”.

Na conjuntura atual, em que estão sendo cortados recursos para investimento em políticas públicas, entre elas, a de acesso à água, o assessor técnico da Coordenação Geral de Acesso à Água (CGAA) do Ministério do Desenvolvimento Social (MDA), Luiz Claudio Campos enfatiza o quanto a parceria com a ASA e a execução do Programa neste contexto, contribui para que este conjunto de políticas de acesso à água, alimentos e assistência técnica que estão sendo integradas nesta etapa do P1+2 sejam fortalecidas.

“Num momento difícil como este de corte de orçamento e de pouca disponibilidade orçamentária esta parceria com a ASA e com o BNDES que aporta 100 milhões de reais neste projeto é crucial. Então, ela está permitindo que mesmo num cenário de redução orçamentária a gente continue expandindo a política de cisterna de segunda água, de produção de alimentos e que, além disso, acrescente o acompanhamento familiar e o fomento pra potencializar ainda mais esta política pública. A gente sabe da importância da ASA no Semiárido, a gente sabe da importância, da qualidade e do impacto deste trabalho e de todo o processo de mobilização social que é feito, de fortalecimento comunitário e das entidades que atuam numa perspectiva que é muito própria e especifica da ASA. É uma parceria que tem excelentes resultados na implementação desta política pública de segurança hídrica e de segurança alimentar”, salienta Campos.

Com estas inovações no P1+2, depois de cadastradas as famílias receberão um acompanhamento sistemático de técnicos agrícolas que além de observarem as potencialidades do agroecossistema, construirão junto com a família um projeto que ajude a fortalecer as atividades produtivas que já são desenvolvidas e com isso, contribuir para que o recurso do fomento auxilie na autonomia dos/as agricultores/as sobre aquilo que produzem gerando renda e segurança alimentar. “Agora temos o novo componente que é a produção de alimentos, que soma o projeto produtivo e o diagnóstico, que é uma metodologia usada pela rede ATER nordeste e pela [Articulação Nacional de Agroecologia] ANA, no qual a família se envolve e faz uma análise sistêmica do seu agroecossistema. Vamos observar se melhorou a produção, diversificando os tipos de produtos e se aumentou a renda familiar”, esclarece Ribeiro.

Com o intuito de preparar as equipes que farão o acompanhamento às famílias estão sendo realizadas oficinas nos nove Estados que estão executando o Programa. Participam da atividade, técnicos/as, comunicadores/as populares e coordenadores/as das organizações que nos dias de capacitação exercitam as etapas e ferramentas utilizadas no Programa a partir deste novo componente de produção agroecológica.

“Temos ido aos estados para trazer uma discussão sobre o programa, a conjuntura, como se construiu esse componente e a importância dele no projeto e na nossa ação, uma vez que ele vem pra fortalecer algo que já fazemos. Então temos trabalhado as ferramentas metodológicas e principalmente o diagnóstico do agroecossistema, que é uma ferramenta que trabalha todo o agroecossistema da família de forma holística, onde conseguimos enxergar com a família o que ela tem de terra, água, infraestrutura, o que ela acessa, a lógica de produção dela, até construir um outro instrumental que será o projeto produtivo”, explana a assessora técnica do P1+2, Julia Rosas.

As oficinas já foram realizadas nos Estados da Bahia, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Minas Gerais, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. As próximas equipes que participarão do projeto fazem parte das três organizações que executarão o Programa no Piauí. No Estado, a atividade acontece no município de Oeiras entre os dias 1 e 5 de abril. “Esses momentos têm sido produtivos. Como são instrumentais novos, mesmo com metodologias antigas, surgem muitas dúvidas. Então tem sido importante para alinhar a ação, os pensamentos e os entendimentos, aplicar em campo, entender como funciona com as famílias e também para olhar para questões importantes a serem trabalhadas no Semiárido no processo como gênero, juventudes, o olhar para família como um todo, a participação de todos. Tem trazido questões ricas e tem sido produtivo”, avalia Rosas que participou das oficinas em Pernambuco, Alagoas e Sergipe.

Texto e Foto: Elka Macedo - Asacom
 


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