Depois de conhecer o histórico de ocupação do território brasileiro e especialmente da região semiárida, as/os participantes da 20ª Escola de Formação para Convivência com o Semiárido, realizada anualmente pelo Irpaa, puderam conhecer a função social da terra, a distribuição e as formas de uso da mesma atualmente, o que resulta na necessidade da uma reforma agrária no Brasil. A importância desta discussão na primeira semana da Escola deve-se ao entendimento de que a terra é a base para a Convivência com o Semiárido, portanto o acesso a mesma deve ser assegurado a todos e todas.
Com esta compreensão, as/os participantes passam a conhecer outras temáticas que compõem o conjunto da proposta de Convivência com o Semiárido. Nesse sentido, a garantia do acesso a água para consumo humano, produção agrícola e criação de animais é vista como um direito que, associado ao direito à terra, possibilita a eficácia de práticas adaptas à realidade climática da região. Desde formas de medição da chuva no telhado até a construção de tecnologias de captação e armazenamento da água, a exemplo de cisternas, barreiros, barragens, são apresentadas e postas em práticas pelos/as participantes que podem reproduzir em suas comunidades o que aprenderam.
As atividades, que procuram valorizar também as práticas e saberes das/dos participantes, acontecem no Centro de Formação Vargem da Cruz, uma área que dispõe de tecnologias para demonstração das formas de Convivência, resultado de pesquisas e experiências que comprovam a viabilidade das mesmas. No local, alguns elementos confirmam a teoria apresentada ao longo da programação e são utilizados para as atividades práticas. O aprisco, local apropriado para criar caprinos e ovinos, o Sistema de Produção Agroecológica Integrada Sustentável – PAIS, as cisternas, filtros caseiros, áreas de cultivo de fruteiras, a área de produção de forragem, entre outras demonstrações são apresentadas ao grupo que por sua vez, questiona o funcionamento da mesma e a utilidade de cada uma delas para a produtividade da vida no campo.
Além dessas discussões e vivência no Centro de Formação, temas como educação contextualizada, comunicação enquanto direito humano, gênero e organização popular também tem feito parte da formação. Através de metodologias participativas e momentos lúdicos, o grupo tem demonstrado o conhecimento que vem sendo produzido ao longo da Escola.
A formação acontece até o próximo dia 14 e ainda contará com visita à Barragem de Sobradinho e a área de experimentos da Embrapa Semiárido e com a discussão de diversas outras temáticas ligadas à produção adaptada, água, meio ambiente, juventude, educação.
Clique aqui e leia mais!