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Estudantes denunciam má qualidade da água consumida nas comunidades do Salitre

Estudantes denunciam má qualidade da água consumida nas comunidades do Salitre

Assim que abriu-se espaço para falas na VIII Plenária do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Salitre, realizada nos últimos dias 17 e 18 no município de Juazeiro, dois estudantes da Escola Municipal Manoel Nunes Amorim pediram espaço para relatar a qualidade da água que as famílias do povoado de Junco estão consumindo.

Ezequiel Ribeiro, de 10 anos, e Naiara Santos, de 14 anos, mostraram aos participantes um copo de água, conforme chega nas torneiras das casas da comunidade que agora recebe água bruta do Rio São Francisco através de canais e de uma adutora construída pela CODEVASF. “Agradecemos por essa água, mas essa não é a água que os salitreiros merecem beber”, disse Ezequiel que também enfatizou que o acesso a água é um direito. Citando a própria experiência, Naiara disse que mesmo filtrando ou fervendo a água, muitas vezes é visível a sujeira que fica após um tempo no recipiente. “Quando alguém chega e pede água, a gente dá, mas fica com vergonha quando ver a sujeira no fundo da jarra” descreveu.

A intervenção despertou diversos testemunhos deste problema também em outras comunidades, sobretudo quando se trata da água fornecida pelos Carros Pipa neste período de estiagem. Segundo relatos dos/as moradores/as muitos pipeiros abastecem no canal do projeto Salitre para distribuir a água nas cisternas da comunidade junto com uma pastilha para tratamento, porém sem nenhuma instrução detalhada de como fazer o tratamento.

Segundo Alberto Pires, morador da comunidade de Junco, a água da adutora começou a ser usada para consumo humano no início do ano e o SAAE (Sistema Autônomo de Água e Esgoto) se comprometeu a viabilizar o tratamento da água no prazo de três meses, mas até então nada foi encaminhado. De acordo com representantes do Poder Público Municipal presentes na Plenária, o Programa Água Para Todos está em fase de conclusão, o que sanaria a problemática de acesso a água para consumo humano na região do Salitre. As associações, entretanto, irão formalizar as denúncias e cobrar a responsabilidade dos órgãos responsáveis pela questão no município.

Adutora que despeja água do Rio São Francisco no leito do Rio Salitre - comunidade de Junco

Cartaz de protesto de estudantes da Escola Municipal Manoel Nunes Amorim

 

Comitê da Bacia

No primeiro dia da Plenária representantes da Sociedade Civil, Usuários e Poder Público ouviram os relatos de moradores/as dos municípios situados às margens da Bacia do Salitre. Um dos principais pontos levantados foi a necessidade de conclusão do cadastro de usuários que está sob a responsabilidade do INEMA, órgão que responde pelas questões ambientais em âmbito estadual. Outra antiga reivindicação da população ribeirinha é a finalização e execução do Plano de Bacia, que também está por concluir. Conforme informações de funcionários do INEMA, a conclusão do plano depende apenas da resolução de problemas jurídicos com a empresa contratada para elaboração do mesmo.

O Comitê de Bacia Hidrográfica do Salitre foi fundado em 2006 e de lá para cá tem buscado chamar atenção da sociedade e dos órgãos públicos para a grave situação de degradação em que o Rio Salitre se encontra. Para o atual presidente do Comitê, Almaks Luiz, não há como ir além das ações que tem sido feitas porque não há apoio para que os comitês funcionem. Na opinião de Almaks e de outros membros do comitê, o governo tem agido no sentido de dificultar o andamento das atividades, muitas vezes não garante a logística e nem contribui com a mobilização da sociedade para participar das ações do comitê. Além disso, as decisões encaminhadas muitas vezes não saem do papel, enquanto os grandes projetos (a exemplo de parques eólicos, mineradoras, projetos de irrigação) estão destruindo o leito e as nascentes do rio, conforme mencionaram salitreiros/as presentes no evento.


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