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Produtores/as e técnicos/as aprendem a implementar cerca elétrica com energia solar durante curso

Produtores/as e técnicos/as aprendem a implementar cerca elétrica com energia solar durante curso

Aprofundar os conhecimentos, saber das experiências e construir uma cerca elétrica com energia solar foram alguns dos motivos que reuniram cerca de 15 pessoas, nos dias 18 e 19 deste mês, no centro de Formação Dom José Rodrigues. Estas pessoas participaram do curso prático de cerca elétrica realizado pelo Irpaa, com o intuito também de monitorar e avaliar as ações do Projeto Recaatingamento.

No primeiro dia, a programação foi direcionada para monitorar e avaliar a implementação do Projeto Recaatingamento, bem como tratar de questões em torno da reforma agrária, o projeto e a proposta de Convivência com o Semiárido. Diante do atual contexto de longa estiagem, o destaque foi dado para os resultados positivos do projeto. Ente eles, a inclusão de novas comunidades e com isto o aumento de áreas onde a Caatinga está sendo recuperada e preservada.

No segundo dia a missão começou nas primeiras horas da manhã, onde a turma dividida em três grupos foi construir uma extensão da cerca e fazer a manutenção da existente no centro de Formação do Irpaa. Enquanto um grupo cuidava do eletrificador, o outro estava montando a porteira elétrica e o terceiro construindo esta tecnologia. Como resultado prático teve-se o conhecimento e a sua forma de construir difundido para mais atores sociais do campo.

A cerca elétrica de seis fios

A cerca elétrica com energia solar implementada pelo Irpaa usa seis fios de arame, estacas de algaroba mais finas, fixadas em uma distância de 10 em 10 metros e custa apenas um terço do valor de uma cerca convencional. Os impulsos de eletricidades são curtos e não causam riscos aos animais e nem as pessoas, fazendo com que os animais não entrem na área. Após as plantas se estabelecerem, em torno de cinco a oito anos, a cerca pode ser instalada em outro local a ser preservado.

Markus Breus, instrutor do curso, explica que com esta tecnologia não é preciso desmatar plantas nativas e nem ter altos custos para implementá-la, como ocorre com a cerca convencional de nove fios de arame farpado. “Não precisa derrubar tanta madeira para fazer a cerca”, explica. Ele esclarece que os animais continuarão soltos, nas áreas de Fundo de Pasto, “e na área do Recaatingamento onde a gente planta e faz as medidas de recuperação ambiental, para promover a regeneração natural da Caatinga, não entra animal, ela fica isolada através da tecnologia da cerca elétrica”, diz.

“A cerca elétrica não foi a gente que inventou, mas é uma tecnologia que existe a muitos anos, a gente está adaptando a nossa realidade. Este tem sido o trabalho do Irpaa, não inventa, mas adapta tecnologias”, explica José Moacir do Santos, coordenador do projeto. Segundo ele, a cerca só tem sido implementada e levada para as comunidades por ter sido testada e muito validada pelas próprios produtores.

A realidade do projeto hoje

Somente na Bahia, através deste projeto Recaatingamento realizado pelo Irpaa, são onze comunidades, em dez municípios, totalizando 560 hectares de áreas isoladas e em processo de recuperação, somando aos existentes mais 250 hectares das novas comunidades que estão se integrando ao projeto. Nessas áreas foram plantadas 38.564 mudas e 98. 125 estacas e brotos de plantas da Caatinga, além disso, foi feito a dispersão de coquetel de sementes de plantas nativas.

Um dos representantes das comunidades onde o projeto está sendo desenvolvido desde 2010, Claudiomário Rodrigues, Sento Sé - BA, informou que as famílias despertaram para importância e a necessidade de cuidar do bioma Caatinga. “Por que recaatingar? Já está dizendo. É devolver algo que você destruiu, você tirou dali E as pessoas já tem uma visão diferente, que não só derrubar a mata, tem que preservar”, afirmou. Ele relatou, que em certa situação um animal ficou preso na área cercada e sobreviveu por mais de um ano se alimentando somente do que estava disponível naquele ambiente, as plantas nativas e a água presente nelas, por exemplo, no xique-xique. Disse ainda, que na área isolada o número de plantas nativas tem aumentado, como o umbuzeiro.

Para seu Alcides, do município de Uauá, este projeto é uma oportunidade do ser humano de cuidar da natureza. “Acho que a gente não está aqui para fazer uso dos bens da natureza sem a gente contribuir. Acho que a gente tem que está aqui para defender. E é uma forma (recaatingar) também de defender. Recaatingar não é um projeto vaidoso, mas defensor”, disse seu Alcides.

Moacir diz ainda que as famílias tem papel fundamental no sucesso destas ações. E que um momento como este é simbolo de força para a continuidade e a expansão desta ação para outras comunidades.

Entenda a proposta do Recaatingamento

O Recaatingamento tem como objetivo contribuir para inverter a desertificação do bioma Caatinga através do uso sustentável de seus recursos naturais. Esta proposta de desenvolvimento sustentável tem atuação direta em comunidades de sete municípios do Semiárido brasileiro desde 2010. Outros quatro estão entrando no grupo das comunidades Recaatingueiras neste ano.

Angico, no município de Canudos, Melancia, em Casa Nova, São Mateus, em Curaçá, Fartura, em Sento Sé, Poço do Juá, em Sobradinho, Serra dos Campos Novos e Ouricuri, em Uauá, Em Juazeiro, Curral Novo, em Remanso, Vereda da Onça, Monte Santo, em Assentamento Nossa Senhora do Rosário e Prainha, em Correntina são as comunidades do Território Sertão do São Francisco que aceitaram participar das ações de preservação do bioma Caatinga.

Mais de 140 famílias estão envolvidas diretamente nas atividades do Recaatingamento. São moradores/as das comunidades tradicionais de Fundo de Pasto, organizados em Associações Agropastoris.


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