IRPAA - Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada

Viver no sertão é conviver com o Clima

Formulário de Busca


Notícias

E o rio ficou verde

E o rio ficou verde

A proliferação de cianobactérias está afetando o rio das Velhas da região metropolitana até sua foz, indicio de que a química está ruim. E sinal de que o rio está com uma septicemia e pode caminhar para uma falência múltipla, por isso, é preciso agir urgentemente para mudar a situação.

Quem observa de longe as águas verdes de alguns rios, pode achar bonito o fenômeno, mas não imagina que por detrás daquele esverdeado, há um grande problema e que o rio sofre a ação destruidora do homem. Na verdade trata-se de proliferação de cianobactéria.

Sua origem é estimada em cerca de 3,5 bilhões de anos e uma das características marcantes das cianobactérias é a capacidade de crescimento. De acordo com especialistas, em condições normais, as cianobactérias e os demais organismos aquáticos convivem de modo equilibrado. No entanto, quando há algum tipo de poluente que enriqueça a água com nitrogênio e fósforo - a chamada eutrofização - o ambiente torna-se propício à multiplicação excessiva de cianobactérias, dando origem ao fenômeno chamado “floração das águas”, a coloração esverdeada, que acontece por causa do potencial de produção de toxinas de certas espécies. Esse fenômeno é responsável por problemas sanitários que, além da toxicidade, conferem odor e sabor de terra ou mofo às águas. Essas florações normalmente tornam as águas esverdeadas ou amareladas, formando manchas na superfície devido ao elevado número de indivíduos.

Quando falamos de cianobactérias, estamos nos referindo a uma família muito grande e heterogênea, que habita tanto a água doce, quanto a salgada. Esta diversidade se reflete no grande número de doenças que podem atingir o homem, que vão desde uma alergia de pele até a morte. Como revelam especialistas, é importante enfatizar que todos os reservatórios possuem estes microrganismos, os quais são inofensivos em baixas concentrações na água e que é feito o controle rigoroso destes na água dos reservatórios, proibindo a atividade recreativa quando a concentração se torna prejudicial à saúde.

Prejuízos à saúde humana

De acordo com especialistas, o acúmulo de cianobactérias formando essas florações é um fato preocupante, pois, algumas espécies produzem e liberam toxinas (cianotoxinas) que afetam não só o ecossistema aquático como também a saúde humana. A principal preocupação com o aumento da ocorrência de florações de cianobactérias em mananciais de abastecimento de água é a capacidade desses microorganismos que podem afetar a saúde humana, tanto pela ingestão de água como por contato em atividades de recreação no ambiente, ou ainda pelo consumo de pescado contaminado.

Como alertam, cerca de 60% das espécies de cianobactérias produzem toxinas muito potentes, tão letais que quando ingeridas (água ou pescado contaminados) afetam, principalmente, o fígado, o rim e o sistema nervoso central, podendo produzir neurotoxinas que inibem a transmissão de impulsos à musculatura, provocando a morte por parada respiratória, hepatotoxinas que causam intoxicações, morte por hemorragia do fígado e dermatotoxinas, irritante ao contato.

No Brasil, um caso que gerou muita repercussão envolvendo essa cianotoxina foi o de Caruaru, em 1996 quando o abastecimento de água de uma clínica de hemodiálise estava infestado por microcistinas ocasionando a intoxicação de cerca de 130 pacientes. Outro, e esse, considerado o maior surto de infecção por este microrganismo no país, ocorreu no reservatório de Itaparica-BA, onde 2000 pessoas adoeceram (diarréia sanguinolenta) por ingerir água oriunda de um reservatório superpovoado por algas azuis. Neste surto, ocorreram 88 mortes.

Na região metropolitana de Belo Horizonte, o Rio das velhas preocupa, e segundo o professor e coordenador do Projeto Manuelzão, da UFMG, Marcus Vinícius Polignano, é preciso pensar ações rápidas de mobilização. “A proliferação de cianobactérias está afetando o rio da região metropolitana até a foz do rio das Velhas, nunca tinha visto isto antes. Isto é indicio de que a química do rio está ruim. O rio está com uma septicemia e pode caminhar para uma falência múltipla e que precisamos agir para mudarmos esta situação”, destaca.

O que fazer para minimizar o risco

. Ferver a água ou assar bem o peixe não adianta, pois a toxina é estável em altas temperaturas.

. Nunca beba água do reservatório. Mesmo a água da caixa de pousadas e ranchos pode estar contaminada. Prefira água mineral.

. Evitar nadar no rio enquanto tiver com a coloração esverdeada.


Texto e foto: Ascom Projeto Manuelzão, da UFMG


 


Veja também

< voltar    < principal    < outras notícias

Página:

E o rio ficou verde

Para:


Suas informações:



(500 caracteres no máximo) * Preenchimento obrigatório




Campanhas

Newsletters

Cadastre seu e-mail para receber notícias.

Formulário de Contato





Faça sua doação


Copyright © 2005 - 2009 IRPAA.ORG Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada - IRPAA
Avenida das Nações nº 04 - 48905-531 Juazeiro - Bahia, Brasil
Tel.: 0055-74-3611-6481 - Fax.: 0055-74-3611-5385 - E-mail: irpaa@irpaa.org - CNPJ 63.094.346/0001-16
Utilidade Pública Federal, Portaria 1531/06 - DOU 15/09/2006 Utilidade Pública Estadual, Lei nº7429/99
Utilidade Pública Municipal, Lei nº 1,383/94 Registro no CNAS nº R040/2005 - DOU 22/03/2005