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“A Caatinga era considerada o patinho feio do Brasil”, diz pesquisadora

“A Caatinga era considerada o patinho feio do Brasil”, diz pesquisadora

Apesar de ser um Bioma que só existe no Brasil, durante muito tempo a Caatinga era vista como algo sem valor, uma vegetação que podia ser destruída para dá lugar a outros cultivos, sem considerar sua diversidade de potenciais e a existência de vidas animais e vegetais também exclusivas do Bioma. Fatores como a ação predatória de pessoas, grupos empresariais e governos, somados a ineficiência do Estado no sentido de fazer cumprir as leis ambientais, tem contribuído significaticamente para a extinção de diversas espéceis da fauna e da flora da Caatinga, inclusive na região do sertão da Bahia, que ainda possui extensas áreas preservadas.

A ararinha azul, por exemplo, que faz parte das 510 espéceis de aves da Caatinga, desde 2007 não é mais vista na região. A onça pintada, também conhecida como verdadeira, e a onça parda, para muitos chamada de sussuarana ou bodeira, tem tido poucos sinais de sua existência no norte da Bahia e por isso hoje é motivo de pesquisas e ações de conservação, a exemplo do Programa “Amigos da Onça”, do Instituo Pró-Carnívoros.

Neste dia 28 de abril, Dia Nacional da Caatinga, estudantes do Centro Territorial de Educação – Cetep, tiveram acesso a essas discussões durante o Seminário “Caatinga e Educação Ambiental: expressões de vida, projetos e compromissos socioambientais”, realizado pela Secretaria de Meio Ambiente e Ordem Pública de Juazeiro, com apoio de organizações parceiras.

No evento, a apresentação do Projeto “Ararinha na Natureza”, desenvolvido no município de Curaçá (BA) e o Programa “Amigos da Onça”, que contempla áreas de Caatinga na Chapada Diamantina e Sertão da Bahia, despertaram a preocupação com as ações humanas que vem sendo intensificadas no sentindo de comprometer a existência do Bioma nessas áres em estudo. Além do tráfico de animais, argumento muito utilizado quando se trata da extinção dessas espéceis, foi pontuado durante o debate também a forte de incidência de atividades como a mineração, extração ilegal de madeira, o crescimento da abertura de estradas para construção de paques eólicos, ampliação desordenada de monocultivos, a exempo da cana-de-açúcar. Tem-se constatado a aumento desse tipo de destruição na região, o que afeta diretamente a vida das famílias, chegando a expulsá-las de suas terras, tirando-lhe o direito de viver do seu jeito tradicional, além de erradicar também a vegetação e a fauna.

De que valorização estamos falando?

“A Caatinga era considerada o patinho feio do Brasil, pesquisadores acreditavam que ela era muito pobre”, rememorou a bióloga Claudia Bueno, do Instituo Pró-Carnívoros, destacando a importância da Caatinga para a vida das populações do Semiárido brasileiro e para todo o ecossistema. O reconhecimento da riqueza da Caatinga é sem dúvida um avanço, entretanto traz também uma série de preocupações, uma vez que o reconhecimento vem acompanhado de estratégias de exploração que pouco ou nada garantem a preservação para as futuras gerações.

Os diversos setores econômicos tem voltado-se para a Caatinga, reconhecendo principalmente seu potencial para a exploração no setor mineral e energético. Numa aliança entre grupos empresariais brasileiros, multinacionais e governos estaduais e federal, tudo com base em um discurso de alavancar o desenvolvimento regional, aos poucos, o Bioma Caatinga deixa de existir. Não há desvalorização maior que essa.

Iniciativas

A educação ambiental, somadas às ações de Recaatingamento, à garantia de um extrativismo sustentável e à oferta de oportunidades de geração de renda que distancie as comunidades de uma prática predatória são sem dúvidas medidas valiosas e vem sendo desenvolvidas por diversas organizações. Muitas delas contam, inclusive, com o financiamento do governo brasileiro e de empresas que contribui significativamente para a destruição do Bioma.

Contudo, o papel do Estado frente a este contexto ainda é o de maior impacto. Os Conselhos de Meio Ambiente pouco atuam no sentindo de problematizar empreendimentos que chegam e se instalam na região, da mesma forma que os órgãos ambientais, a exemplo do Inema (Instituto Estadual de Meio Ambiente), na Bahia, não fiscaliza e pune devidamente os maiores responsáveis.

A criação do Dia Nacional da Caatinga, mais do que uma conquista, deve ser uma alerta. Ele surge não como apenas como um incentivo à valorização do Bioma, mas como uma alerta de que ele precisa de cuidados para continuar a existir.

Texto e Fotos: Comunicação Irpaa

 


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